porém, a coitadinha vai mudando de cara com o passar do tempo. a pessoa que você acolheu, que você protegeu com o próprio corpo, não é mais tão ingênua. ela te maltrata, te julga. acha que você é propriedade dela, e que pode fazer contigo o que bem entender. não hesita em gritar, em te dar ordens, te culpar pelo o que você não fez. lembra da surra? você leva outra, mas não por ela, e sim dela. daí você entende.
não eram as pessoas más. não era o mundo injusto. era ela. o tempo todo, era ela. a coitadinha era a única culpada por sua infelicidade. as pessoas se aproximavam, tentavam ajudar, mas ela logo as escravizava. ninguém era bom o bastante. nenhuma ajuda era o suficiente. nenhuma tentativa de agradar era valorizada. as pessoas logo se cansam disso, e a abandonam. até alguém se aproximar novamente e pensar "coitadinha".
mas daí em diante vocês já sabem.
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