28.4.10

i am asking for the planets to align

calling on the universe maybe once just put me first. give me what i need, or give a little sign.

25.4.10

... e a equilibrista

é difícil viver numa corda bamba. você sabe que, em algum momento, irá cometer qualquer deslize, uma pequena distração que seja, e perderá o equilíbrio. cair por si só já seria ruim o bastante, mas além disso você ainda tem outra preocupação: para que lado será a queda? no último segundo você conseguirá jogar seu peso para o lado de sua escolha, ou ela se dará ao acaso?
infelizmente, esse é o instante no qual eu costumo me lembrar que, na realidade, eu não sei qual lado escolheria. talvez o acaso seria melhor que minha tentativa mais consciente. mas, mesmo para as piores decisões, é sempre bom poder dar os seus próprios passos… não?

24.4.10

da minha época


de quando as estrelas da disney não eram jonas brothers, miley cyrus, demi lovato, selena gomez...
 raven rula

22.4.10

MALDITA SINCERIDADE

– não sei porque eu gosto de futebol, quase morro do coração!
–  ele é igual à mim: às vezes você quer estrangular, mas sabe que não vive sem!
– verdade…
– QUÊ?! ¬¬

21.4.10

sobre tinta, livros e equívocos

aos quatro anos, toda criança tem uma idéia (estapafúrdia) do que quer fazer quando adulto. bailarina, veterinária, astronauta, bombeiro... não muda muito. no geral, não levam esse assunto muito à sério. a não ser eu, é claro. 
logo que me perguntavam (com aquele tom infantil extremamente enjoativo e irritante)  “o que você vai ser quando crescer?”, eu respondia, com o tom mais adulto que conseguia, “vou me formar em artes plásticas”. o adulto em questão, nesse momento, levantava uma sobrancelha e fazia cara de quem não tinha entendido direito: “mas já está falando em se formar?” “ué, não foi o que você perguntou?” e o adulto, sem saber ao certo o que responder, me mandava brincar com o cachorro ou com as bonecas. assunto encerrado.
claro, ninguém bota fé numa criança esquisita que diz querer ser artista plástica até que ela dê um bom motivo para isso. eu, no alto dos meus sete ou oito anos, já tinha sacado isso. num certo dia, xeretando a estante de livros do meu primo (que estava cursando direito e era o maior bookworm que eu conhecia), achei uma biografia do leonardo da vinci. automaticamente fui perguntar à ele se poderia ler o tal livro. em meio a risinhos de todos do recinto, meu primo autorizou, contanto que eu tomasse cuidado. trato feito.
dali em diante não se via julia brincando com os cachorros, ou dançando ao som do rádio, ou insistindo para ir tomar sorvete na praça (ok, essa última parte pode estar meio infiel à realidade…), apenas sentada no tapete felpudo devorando um certo livro (e, é claro, de tempo em tempo comentando com os parentes alguma passagem interessante, para assombro deles).
é nessa parte da história que, se eu pudesse, voltaria. a julia de oito anos não soube direcionar o fascínio que sentia. não querendo desmerecer da vinci, por favor, eu ainda sou uma grande admiradora de arte. o fato é que ali, durante aqueles poucos dias, o que eu senti era forte o suficiente para me fazer querer aquilo para o resto da vida, mas houve um erro de interpretação: não era entre telas, tintas e pincéis que eu queria viver. era entre livros. 
esse pequeno erro só foi corrigido aos dezessete anos. não que eu me arrependa de ter insistido tanto tempo  nessa idéia, já que ela me trouxe infinitas coisas boas. até hoje tenho meu bloco de canson e minhas aquarelas num lugar de fácil acesso, no caso de me bater aquela vontade arrebatadora de pintar – e bate com certa frequência. mas era uma mentira. uma mentira colorida, cheia de glamour, mas, ainda assim, uma mentira.

o único motivo de eu estar escrevendo a respeito disso é para tentar quantificar o prazer que é perceber que se está seguindo pelo caminho certo, talvez pela primeira vez na vida. mas é inútil, devo alertar.

20.4.10

pronto para o que mesmo? já nem sei.

sempre pensei que aconteceria, de criança acreditava nos adultos que era só pagar pra ver. feio, meio assim desconfiado, perna em xis, já barrigudo, duvidando que eu conseguisse crescer. mesmo assim, contudo, o tempo foi passando e eu fui adiando, mudo, os grandes dias que ia conhecer. quem sabe amanhã? próximo ano? cebolinha com seus planos infalíveis ia me ensinar a ser forte, corajoso, bom de bola, um dos bonitos da escola muito embora eu não fizesse questão. ainda bem que eu sou brasileiro, tão teimoso, esperançoso, orgulhoso de ser pentacampeão, já que se eu fosse americano pegaria uma pistola e a cabeça ia perder a razão: mataria quinze na escola, estouraria a caixola e apareceria na televisão.

e por fim cresci, de insulto em insulto eu me vi como um adulto, culto, pronto para o que mesmo? já nem sei. olho e não encontro, penso se não fui um tonto de acreditar no conto do vigário que escutei. não tem carro me esperando, não tem mesa reservada, só uma piada sem graça de português. não tem vinho nem champanhe ou taça, só um dedo de cachaça e um troco magro todo fim de mês.

tudo que eu sempre sonhei. tanto que eu consegui... é tão bom estar aqui... quanto ainda está por vir?

mas bobagem, quanta amargura, eu já sei que a vida é dura, agora é pura questão de se acostumar. basta ter coragem e finura e o jogo de cintura aprendido dia a dia, bar em bar. pra que reclamar se tem conhaque, se na tevê tem um craque e o meu timão só entra pra ganhar? pra que imitar chico buarque, pra que querer ser um mártir se faz parte do momento se entregar?

e por fim tem até namorada, bonitinha, educada, séria, tudo o que mamãe vive a pedir. tem beijinho e também trepada e a consciência pesada a cada nova vontadinha que surgir de outra mulher, de liberdade, de um amor de verdade, de poder fechar os olhos e sorrir, pensando que então, dali pra frente, seja qual for tua idade, o melhor ainda vai estar por vir!

tudo o que eu sempre sonhei. tanto que eu consegui... é tão bom estar aqui... quanto ainda está por vir?

17.4.10

não enviada

caro irmão mais novo,

às vezes me sinto culpada por não ser de fato a mais velha entre nós. poderia ter poupado muito sofrimento seu e, quem sabe, todas essas atitudes destrambelhadas que toma (muitas vezes por estar perdido e não ter a mínima idéia do que fazer). ensinaria-te tudo o que aprendi (decepcionando e sendo decepcionada) e evitaria que passasse pelo mesmo. você sempre foi fraco e, por favor, não entenda isso como ofensa. sua fraqueza vem desse seu passionismo extremo. deus sabe como, de vez em quando, eu queria ser mais como você e menos como eu – essa pessoa fria e insensível a maior parte do tempo, com a maioria das pessoas. porém, se o fosse, certamente não poderia te proteger. talvez esse seja o certo: eu e você, os opostos que precisam sempre estar juntos pra manter o equilíbrio. minha função deve ser  a de te trazer para o chão, quando estiver voando perigosamente alto. e é isso o que eu pretendo fazer.
então, se eu pudesse ter dito isso à tempo, meu primeiro conselho seria algo como “não pense que quem ralha contigo pelos seus erros te ama menos que aqueles que arrumam desculpas para o que você faz de errado”, pois a realidade é bem o inverso disso. quem ama quer o bem, quer uma lição aprendida, quer que o erro não se repita. quem apenas gosta quer mais que os seus erros continuem, para que você os procure quando estiver mal e, assim, ganharem seu afeto. talvez eu exagere um pouco nessa parte, mas é pro seu bem. tratamento de choque funciona horrores, em certos casos.
o segundo conselho poderia ser “orgulhe-se de quem você é”. não existe outra pessoa no mundo igual à você, e não queria arruinar isso tentando moldar sua personalidade aos gostos alheios. ninguém é só qualidades (por mais que essa seja a imagem que todos tentam passar adiante). humanos tem defeitos,  e são justamente eles que acabam por fazer papel de teste, mostrando quem está ao seu lado por carinho ou por conveniência.
e por último, eu diria simplesmente para confiar em mim. não existe outra pessoa no mundo que te ama assim como eu (mãe é hors concours), que se preocupa ou que tem plena capacidade de perdoar qualquer que seja a burrada da vez. quando você quiser chorar, eu vou estar aqui. quando quiser sumir, eu sumo com você. seus segredos eu guardo e sempre guardarei. mas, por favor, me escute. é o que eu peço em troca.

com carinho e alguns anos atrasada,
da sua irmã mais velha,
julia

15.4.10

sobre arrogância

ao menos minha “arrogância” me traz a noção de que não preciso fingir ser algo além do que exatamente sou, e me impede de criar personagens para mim mesma.
já quanto à você… :)

14.4.10

uma aula de estudos dos clássicos (com a mary)

















 





tão interessante que rendeu uma sessão de fotos com a webcam do netbook! :D

12.4.10

na vitrolinha: pullovers

não, o na vitrolinha não morreu! eu só estava em dúvida quanto a que cantor/banda recomendar. o fato é que 90% das músicas que eu escuto tem vocais femininos, e dos 10% restantes uns 8% não são desconhecidos, portanto, não precisam de uma apresentação, por assim dizer. tinha decidido não postar sobre outra cantora, só pra não ficar repetitivo, quando me lembrei dessa recomendação do meu irmão: pullovers! na verdade, foi muito relapso meu não pensar nela antes, já que há dias e dias ecoa no meu cérebro “hoje eu me rendo, riio. mil novecentos e trinta e doooois”. mas, vamos ao que interessa:

21/maio/2009 ~ sesc pompéia ~ lançamento do cd
a banda foi formada em 1999, e tinha um estilo bem alternativozinho, com letras em inglês. lançaram um cd demo em 2001, e um cd chamado riding lessons em 2002. em 2004 veio mais um cd onde predomina a língua inglesa, o carniça. porém, em 2006, luís venâncio (cantor, compositor e guitarrista da banda além de ser meu colega de classe*) fez a melhor coisa que poderia pela banda: começou a compor em português! os pullovers assumiram todo o seu paulistano pride, e abandonaram completamente as músicas em inglês, não tocam nem nos shows, ou seja, é como se fosse uma nova banda. ano passado lançaram o cd tudo o que eu sempre sonhei, com músicas que misturam rock e mpb. me atrevo a dizer que tem um quê do primeiro cd do los hermanos (mas com menos dor de cotovelo) e um feeling de certas músicas do chico buarque. pra quem curte ludov (como eu): o habacuque também é guitarrista aqui, e a vanessa já fez participação especial em show deles.  abaixo, minhas três faixas favoritas (a parte mais difícil, o cd inteiro vale muito a pena!), e no próprio site oficial eles disponibilizaram o download do cd completo. achei uma atitude super bacana :D

1932 (C.P.)
03%201932%20%28C.P.%29.mp3
o amor verdadeiro não tem vista para o mar
02%20O%20Amor%20Verdadeiro%20Nao%20Tem%20Vista%20Para%20O%20Mar.mp3
tudo que eu sempre sonhei
01%20Tudo%20Que%20Eu%20Sempre%20Sonhei.mp3
* ah, sim. o luís venâncio faz letras na usp, e nós dividimos a aula de estudo dos clássicos. já passei tanto tempo analisando ele para ter certeza que o cara deve achar que eu tenho algum problema. só depois de muito tempo eu fui lembrar que o encontrei na porta da unicsul liberdade, que foi onde fizemos a primeira fase da fuvest, e meu irmão foi todo animado fazer a social :)

11.4.10

mieux que la liberté.
mieux que la vie.

9.4.10

oi, como vai?

se você quisesse saber a verdade, se tivesse realmente interessado, te diria que vou mal. você me perguntaria com alguma preocupação espantada “por quê?”

ora, veja

porque eu já ultrapassei o estágio de desgosto pela solidão. agora trato-a como parte de mim. olho para as pessoas e não sinto interesse algum. ouço seus relatos intermináveis sobre coisas que não quero ao menos saber, e tudo o que consigo pensar é em quando o inconveniente emissor vai parar de despejar suas palavras em cima de mim, como se eu tivesse em algum momento requisitado tais informações. para deixar menos monótono, intercalo com pensamentos sobre o egoísmo das pessoas, como estão sempre tão centradas nelas mesmas e seus assuntinhos superficiais ao ponto de não repararem o quão inoportunas estão sendo.

mas você não está interessado em como eu estou. como poderia, se isso significaria desviar o foco do assunto de você?

– vou bem, obrigada – ela diz com um leve sorriso que não traz nada de alegre consigo.

7.4.10

desassossego

que há (de alguém) confessar que valha ou que sirva? o que nos sucedeu, ou sucedeu a toda a gente ou só a nós; num caso não é novidade, e no outro não é de compreender. se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. o que confesso não tem importância, pois nada tem importância. faço paisagens com o que sinto. faço férias das sensações. compreendo bem as bordadoras por mágoa e as que fazem meia porque há vida. minha tia velha fazia paciências durante o infinito do serão. estas confissões de sentir são paciências minhas. não as interpreto, como quem usasse cartas para saber o destino. não as ausculto, porque nas paciências as cartas não têm propriamente valia. desenrolo-me como uma meada multicolor, ou faço comigo figuras de cordel, como as que se tecem nas mãos espetadas e se passam de umas crianças para as outras. cuido só de que o polegar não falhe o laço que lhe compete. depois viro a mão e a imagem fica diferente. e recomeço.
[…]
um dia talvez compreendam que cumpri, como nenhum outro, o meu dever-nato de intérprete de uma parte do nosso século; e quando o compreendam, hão de escrever que na minha época fui incompreendido, que infelizmente vivi entre desafeições e friezas, e que é pena que tal me acontecesse. e o que escrever isto será, na época em que o escrever, incompreendedor, como os que me cercam, do meu análogo daquele tempo futuro. porque os homens só aprendem para uso dos seus bisavós, que já morreram. só aos mortos sabemos ensinar as verdadeiras regras de viver.
[livro do desassossego - fernando pessoa]

5.4.10

diálogos saudáveis

– ju, esqueci de perguntar, você depositou aquele cheque pra mim?
– hum, não. na verdade eu tirei ele em dinheiro e comprei drogas.
– meu gerente não deixaria você fazer isso.
– eu sou a traficante dele :D

3.4.10

and in the night, we will wish this never ends

maio/2007 ~ etec carlos de campos

2.4.10

sorry, i cannot hear you, i'm kinda busy

eu não vou ficar bonitinha, esperando você resolver aparecer. já fiz muito isso, já fiquei muito a seu dispor para o que quer que precisasse, mas nunca foi recíproco. cansei. simples.

meme soundtrack

eu sou uma mememaníaca, admito. até me esforço bastante para não ficar entulhando o blog com essas coisas, mas não resisto à alguns, principalmente quando envolvem playlists e a função shuffle. é, eu tenho essa paranóia de achar que nada é por acaso e que se saiu algo x para a pergunta y, existe um motivo por trás disso. cada louco com a sua mania. certo: a pira desse meme é acionar o shuffle e dar o play pra cada item da lista, sem trocar as músicas, se não perde a graça. dessa vez, alguns itens deram assustadoramente certo.

1.4.10

garfieldfeelings

nem tão adulta assim

quando nós temos oito anos, o auge da felicidade é ter dez. quando temos dez, contamos os dias para os doze. com doze, só queremos saber dos quinze. e com quinze… dezoito!  a ingênua  julia, com quinze, pensava que aos dezoito teria carro, um emprego legal, moraria sozinha. de quebra, teria um namorado bonitão e inteligente. minha rotina universitária se assemelhava muito com as imagens dos filminhos de comédia-romântica americanos, tudo muito cool. nos meus devaneios, eu não tinha mais tempo para jogos ou computadores e não leria mais meus queridos livrinhos infanto-juvenis. seria uma adulta.

mas, porém, entretanto, todavia…

neste exato instante me encontro sentada na sala da casa da minha mãe, de frente para o computador, me revezando entre perfect world e msn, não tenho carta de motorista (que dirá um carro próprio!), o namorado bonitãoeinteligente saiu da wishlist (me perdoem, estou numa fase feminista) e se pararem para observar minha mesa de cabeceira, vão encontrar o terceiro vampiratas marcado na metade. e, se querem saber, acho bem mais legal assim.
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