9.3.10

visita à bolha

ou o dia da matrícula.

minha mãe é uma desesperada, e nessa me leva ao desespero também. acordou-me às cinco horas da manhã (não é modo de falar, foi às 5 mesmo!) para ir à cidade universitária. mas hoje pra mim tava tudo lindo, tudo azul, se me falassem que eu deveria chegar lá pulando num pé só, teria ido com um sorrisão no rosto.
chegando lá, a primeira quest foi achar o ponto de ônibus mais perto. tranquilo. chegamos no prédio de letras e guardinha nenhum sabia dar uma informação sequer. o máximo que disseram foi “pergunta na secretaria”, que – ó que bacana – abre às 9. eu disse que isso era às 7:10? não, né? pois é.  7:10. a nossa sorte é que o tio da limpeza estava passando e nos disse “matrícula? é ali, ó”. ok, o tio da limpeza sabia mais que dois seguranças juntos. de fato a matrícula só ia começar às 9.  esperamos, esperamos, esperamos. vimos a fila crescer com mães tão desesperadas quanto a minha – e filhos não tão modéstos quanto eu.
depois, aquela burocracia, né? preenche papéis, mimimi, mostra documentos, blablablá. teria sido bem mais legal se o tio da secretaria não tivesse me apontado o mural de horário do ano passado e me feito copiar tudo de novo depois. mas, ainda assim, sorrisão.
saímos, fomos dar uma olhada num outro prédio que eu tenho que ir pra ver as coisas do bilhete de estudante. e isso demorou muito, porque nós – que lindo – nos perdemos. pelo menos a culpa não foi nossa. ô lugar gigante!
a volta foi bem tranquilinha, com ônibus bem mais vazio que na ida. taí algo que eu vou aprender na marra: andar de ônibus. depois passamos pra comprar cadernos e tudo mais. amanhã, aula. ah!, agora tenho um e-mail @usp.br. muito mala, né? :D

e, depois de tudo, minha ficha ainda não caiu. gente, eu tou na usp. sabe, aquela que falam tanto, a maior/melhor do brasil, que todo vestibulando sonha em entrar, esquece o que é vida social ou lazer por um bom tempo só pra conseguir uma vaga? acho que esse é o motivo de eu não entender direito essa história: não fiz nada disso. não passei horas em cima de cadernos, nem deixei de fazer nada. mal ia ao cursinho, na real. não me orgulho disso, afinal, quase rodei no vestibular por ter sido tão relapsa. mas… consegui. não com toda a glória que esperava, mas tou dentro. tem um quê de magia, isso – uma magia que minha mãe não aprecia nada; não aguento mais ouvir “não vai achando que você vai conseguir tudo na vida fácil assim!”
ah, “bolha” porque era assim que meus professores do cursinho chamavam a usp. passei um ano ouvindo-os dizer “não tentem comparar aquilo à realidade. é uma bolha. é meio que matrix. talvez um universo paralelo”. agora estou começando a entender o porquê. :D

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