31.5.10

doces devaneios

por mais que eu não consiga evitar, não gosto de sonhar com o futuro. já gastei muitos minutos tentando achar a lógica por trás disso, mas não encontrei nenhuma resposta convincente. se eu fosse uma pessoa normal, do tipo que receia se entregar de corpo e alma, que tem medo de querer demais e se frustrar, poderia dizer que é apenas mais um traço da minha personalidade precavida. certamente quem me conhece deve estar esboçando um sorrisinho irônico ao ler isso, porque a precaução e eu não fomos apresentadas.
não sei se é motivo ou consequência, mas meus momentos de devaneio são gastos no que eu enxergo como um universo paralelo, que acontece no presente. lá, a julia de hoje mora numa casinha de telhado inclinado, com uma grande lareira, muitas velas, grandes poltronas macias onde ela passa suas tardes observando a neve cair com uma caneca de chá fumegante nas mãos, datilografando suas histórias numa linda - e antiqüíssima - máquina de escrever e esperando seu menino chegar do trabalho cansado, porém feliz por estar de volta à sua casa, com ela.
é uma vida das mais simples que consigo imaginar, mas imediatamente uma das mais impossíveis de se viver. o encanto está justamente nessa despretensão, e me faria tão tão feliz.

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